04 abril 2009

Voa borboleta, voa - Uma metáfora sobre as transformações da vida

Baseado na palestra de Martha Beck* (escritora de best sellers e “life coach”).

Metamorfose.
Todos nós ao longo da nossa existência passamos por metamorfoses.

Metamorfoses são as grandes transformações que acontecem nas diversas áreas da vida.
No corpo físico, por exemplo, as mudanças da adolescência e da velhice.
No campo social, mudanças de emprego, cidade, casamento, separação.
No campo psicológico inclui os processos internos das mudanças acima e muitas outras mais como a busca do “quem sou eu”.

Na palestra, Martha comparou esses processos da vida com o nascimento da borboleta.

Imagine que a pequena lagarta passeia pelo jardim.  Na sua perspectiva e dentro de tudo que ela conhece sobre o mundo sabe que ela é uma lagarta. 
Sabe que está aprendendo muitas coisas na vida, e que vai crescer e ser uma ... lagarta GRANDE.
Mesmo que os amigos digam que  ela tem potencial ser uma bela borboleta, ela diz: Eu? Não! Imagina, eu não conseguiria. É demais pra mim.

Ela segue a vida monótona de lagarta. Está suficientemente contente como a vida que tem.
Mas, um certo dia ela PRECISA “dar um tempo”. (Na verdade, ela está em crise. Está de saco cheio de tudo: trabalho que não gosta, um monte de 
coisas pra arrumar, contas pra pagar, tráfego, parente reclamando, etc. Acha que essa vida está chata demais e precisa de algo além disso).
Ela tem uma idéia genial e faz o seu casulo pra “ficar na dela” por um tempo (Faz um retiro, tira férias sozinha, faz meditação, toma um final de semana 
pra organizar as idéias).

E, nesse tempo, ela se dá conta que a vida que ela leva não é a que gostaria mais de levar. Mas não tem a menor idéia do que fazer ou para onde ir. Mas o 
do jeito que está, não dá mais!
Ali no seu casulo, ela começa a sentir um certo vazio porque o que ela acha que era certo e bom, não serve mais. E não sabe o que fazer disso.
Todo aquele universo que a lagarta conhecia e o futuro que ela imaginava (de ser uma lagarta grande) se desintegra. Tudo o que ela sabia e queria não faz 
mais sentido. Seu entendimento de mundo se derrete.
Literalmente. (No caso da lagarta, ela vira uma gosma mesmo.)

Assim acontece conosco.
Quer dizer, nós não nos tornamos uma gosma, mas certos entendimentos do nosso mundo se deterioram.
São aqueles momentos da vida quando temos coragem de questionar se o caminho que estamos seguindo é o que queremos. E, se percebemos que o não é esse o 
caminho, ficamos naquele buraco negro: o que fazer agora?

Para as verdadeiras grandes transformações é preciso deixar pra trás o que a gente não precisa mais. Velhos hábitos, velhos medos, relacionamentos que 
não funcionam, empregos, coisas velhas e outros.
Esse desapego não é fácil. E pode ser  dolorido. (Não que precise ser tão dolorido, mas tem gente que gosta mais de drama que outros). Há pessoas que 
são capazes de encarar com mais naturalidade.

Esse processo de deixar pra trás certas coisas é fundamental.
Como – ou por que - colocar uma decoração nova, linda e reluzente numa sala velha, cheia de tralha e coberta de pó?

Esse processo de dissolução, pode ser duro porque é o momento de desistir do que conhecemos. Mesmo que essas coisas, hábitos e medos não sejam mais 
necessários, é o mundo que conhecemos. Deixando isso ir embora, o que sobra?
O desconhecido.
E o desconhecido, muitas vezes, assusta.

É importante lembrar, que nos momentos mais difíceis de confusão da vida é quando alguma coisa nova e muito melhor pode emergir. Algo que ainda não dá 
pra imaginar.

A natureza da lagarta (e a nossa própria) tem a sua voz.
Aquela voz que sabe porque você está nessa vida. Que sabe realmente o que lhe faz feliz. Não é uma voz que grita e põe o dedo na cara dizendo o que 
você tem que fazer.
É uma voz que sussurra. É uma voz que sempre está lá. Falando baixinho, suave; mas, sempre lá.

Sem o stress diário, e com o mundo que conhecia desintegrado, a pequena gosma de lagarta-borboleta começa a ouvir o seu verdadeiro “chamado”, o seu propósito na vida.

A lagarta não tinha idéia do que ia ser dela. Ela está com o fluxo. Fica sozinha. Faz o casulo. Derrete. E, no seu tempo, ela vai tomando a forma que ela, de fato, é predestinada a ter: a de borboleta.

Isso não acontece de uma hora para outra. É um processo que tem o tempo certo. Mesmo depois que a gosma toma a forma de borboleta, ela ainda não está pronta para lançar vôo, ela precisa de um tempo para crescer.

Quando ela cresce o suficiente, pra encarar o mundo lá fora é hora de ficar forte. É a luta pra sair do casulo. Isso leva tempo e certamente é desgastante.
E esse processo de crescer e romper o casulo é fundamental para que ela tenha as qualidades e a força necessária para voar. Se alguém resolve “ajudar” abrindo o casulo para que ela saia com facilidade, ela possivelmente não vai voar como poderia, pode ficar deficiente ou até mesmo morrer.
Na nossa vida esse é o processo de desenvolvimento e maturação de uma nova idéia, projeto, estilo de vida, trabalho. É depois que ouvimos a voz interior e temos coragem de segui-la. Precisamos tomar as atitudes necessárias, estudar, trabalhar na área, contatar as pessoas certas, se desenvolver. E no meio disso tudo, passamos por dificuldades. Essas que são exatamente as lições que precisamos para ser mais fortes pra poder voar mais alto e com mais beleza.
Se nesses momentos de dificuldades, ficarmos reclamando, ao invés de fazer auto análises necessária para aprender com os obstáculos e erros, vai levar muito mais tempo para voar.

Assim como a lagarta se transforma em algo muito além do que ela é capaz de imaginar, podemos ter o nossa metamorfose e nos tornar algo além da nossa imaginação e voar por jardins novos e inimagináveis.
Mas como somos humanos e temos mais escolhas, podemos optar por crescer e apenas ser uma lagarta grande e olhar o mesmo jardim a vida toda.

Ok, ok. Você já fez uma grande mudança na sua vida. Mas você vai ficar só nesse jardim que já se tornou velho? Prometo que tem muito mais por aí!

Metamorfose não é exatamente um processo fácil.
É também uma escolha.

Você prefere ser uma lagarta grande ou uma magnífica borboleta voando por novos jardins desconhecidos?

Sabe aquela voz que sussurra aí dentro?
Vai escutá-la.

Viva a vida em direção aos seus sonhos!

Iria Sebastião
Uma sonhadora que quer realizar e inspirar outros sonhadores e realizadores.
Para ver a página no grupo on line: 
http://groups.google.com/group/porqualsonho/web/voa-borboleta-voa
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* Sobre a palestrante:
Martha Beck, autora dos livros “Finding your North Star” e “Steering by 
Starlight”. A tradução acredito que seria algo como “Encontrando sua Estrela 
Norte” e “Dirigido pela luz da (sua) estrela”. Esses são dois dos meus 
favoritos livros em termos de encontrar “o seu caminho e propósito na vida”.
A escritora entre outras coisas, seguiu carreira científica por muitos anos. 
Formada em Harvard e muito bem qualificada em sua área até que coisas 
acontecerem e ela descobriu que estava no caminho errado.
Entre outros eventos, ela desenvolveu doenças crônicas incuráveis e quando 
grávida, seu bebê foi diagnosticado com Síndrome de Down.
Essas “crises” a obrigaram pensar sobre a vida que levava.  Mudou 
completamente seu estilo de viver. Escutou o que ela chama de “estrela 
norte”. Mudou uma carreira certa por algo que não sabia. Ouviu a voz do 
coração e hoje é feliz, bem sucedida e não tem nenhum sintoma das doenças 
crônicas e fatais das quais ela foi diagnosticada. Ela encara a situação 
especial do filho como um “presente” que ensinou ela a ver o mundo de um 
jeito melhor. Tudo isso ela atribui a coragem de ouvir a si própria e seguir 
o caminho que ela (no fundo do coração) sabia que era certo

2 comentários:

Unknown disse...

Querida, lindo texto...e tão adequado ao meu momento de vida!
Mande sempre seus textos...
bj bj bj

Unknown disse...

Filha,voeeeeeeeeeeeeeee semprrreeeeeeeeeeeeeeeeee,já está alcançando seus objetivos, para Mamis caiu como uma luva.
Continue sempreee a maravilha que você é e muiiiitoooooooo maisssssssssss.
Sem palavras exatas
Amo-te muito
Bjossssssssss