02 abril 2009

Longe de casa ...há bem mais de uma semana



Saudade.
4 anos de “Esteites”!
4 anos sem ver família, crianças crescendo, sem ver os “velhos” amigos, perdendo formatura e casamento de irmão (esses doeram fundo), perdendo outros casamentos, formaturas, chás de bebê, os bebês nascendo ...

Quatro anos sem aquela boa cerveja com os amigos filosofando no boteco ao som de uma boa MPB.
Até nem bebo mais!
Descobri que o sabor não era da cerveja, mas da boa companhia dos amigos com a boa música na alegria dos lugares que freqüentava. Coisas de casa.
Saudade.

Mas apesar de certos buracos criados pela falta de algumas coisas; outros buracos foram preenchidos. Matei - uma parte - da vontade de conquistar um mundo desconhecido. Desbravei um novo país (ainda quero desbravar outros), uma nova cultura, um novo idioma. Passei por novas aventuras e experiências que não teriam sido se eu tivesse ficado em “casa”.

Vale a pena?
Ah! Pra mim, está valendo sim.
Apesar de sentir pelas coisas que perdi nesse tempo, agradeço muito pelas coisas que ganhei. A experiência de ter deixado um mundo conhecido e recomeçado tudo do zero foi insubstituível.
Quem viveu isso que o diga!

Nesses 4 anos de América (do Norte) muita água passou debaixo dessa minha ponte.
Pra ter uma pequena idéia, mudei de casa/apto 06 vezes! Isso, somente no primeiro período de 2 anos e meio! Agora estou mais sossegada morando há um ano e meio no mesmo lugar.

Moro em Mountain View, no famoso vale do Silício, na terra do Google e do Yahoo. Vizinho da Apple. Ser nerd não é uma ofensa é um requisito!

Nesse tempo todo aqui, vi, fiz e aprendi muitas coisas.
E se nada mais valesse a pena, ter conhecido o amor da minha vida, já teria valido a viagem.
Se isso não bastasse, aprendi a falar inglês e espanhol fluentemente. Aprendi que idiomas se aprende falando, sem medo de errar. Aprendi que ter sotaque não é falar errado, é ter charme. “É ser uma cadeira vermelha numa sala toda branca com cadeiras brancas” (palavras de um americano depois de eu me “desculpar” pelo sotaque).
Fiz novos amigos de várias nacionalidades, criei uma nova família. Conheci novos lugares. Aprendi a ler mapas (pra entregar pizza). Perdi o medo de crianças e descobri que elas me adoram. Descobri que americanos não são pessoas tão frias como dizem. Aprendi (com os americanos) que objetividade e clareza podem tornar a vida mais fácil do que ficar tentando ser legal pra não desagradar o outro. Aprendi a administrar melhor o meu dinheiro. Aprendi a cumprimentar as pessoas na rua, mesmo que seja desconhecido. Aprendi a andar de skate e snowboard. Descobri que a água do Pacífico é muito fria mesmo (de geladeira). Voltei a ser criança na Disney. Aprendi a gostar de comida mexicana. E muitas outras coisas mais.

E sobretudo, aprendi que mesmo de longe e sem contato freqüente, a gente mantém o carinho e o amor por aquelas pessoas são importantes.
Aprendi que um email de um amigo, mesmo curtinho, contando como ele está preenche um pouquinho o buraco da saudade.
Aprendi que aqueles que te amam, ficam felizes por você estar feliz - mesmo que tão distante.
E aprendi que você fica mais feliz ainda por isso. Obrigada.
E de longe, e talvez por estar longe, eu aprendi a dizer “te amo” pra aqueles que eu amo.
E descobri que eu amo mais pessoas do que eu pensava. E que é bom demais amar e ser amada, mesmo que de longe.

Obrigada

2 comentários:

Anônimo disse...

Hi. how are you?
Muito bom escrever para demonstrar a sua saudade, sentimentos e vontades da forma que colocou em seus comentários, acho que isso faz bem até para dizer para aquelas pessoas que mesmo que longe estão perto e saberão o quanto são importante para você...
Saudades fica com Jesus que ele está contigo.......Elisangela gomes

Anônimo disse...

Guria, adorei ler os outros textos...Você nasceu para isso, he,he,he Viver e escrever.
Obrigada por compartilhar conosco!
Beijos e saudades
Gi Luchesi